No cimo do mastro aprecio a vista.
No cimo do mastro vejo o mar que me rodeia.
No cimo do mastro sinto a brisa.
No cimo do mastro sinto o vento.
No cimo do mastro penso em ti.
No cimo do mastro oiço o barulho do barco a navegar.
No cimo do mastro oiço o teu silêncio.
No cimo do mastro sinto-me livre.
No cimo do mastro sinto-me só.
No cimo do mastro choro a tua ausência.
No cimo do mastro espero pela esperança.
No cimo do mastro espero pelo amor.
No cimo do mastro sou eu mesma.
Esta publicação como já vens habituando os teus leitores ou seguidores diz e expressa tantos sentimentos que não sei se vou estar à altura, mas hoje, como é um dia especial para mim, o meu blog faz 1 mês de vida, vou tentar.
ResponderEliminarAo ler e reler este bonito poema, entendo como poema vem-me à ideia o filme: Dead Poets Society, provavelmente não tem nada haver mas o modo como devemos ver a vida ou as pessoas. Já falei aqui no outro dia das barreiras invisíveis que criamos dentro de nós e uma delas é vermos as coisas e as pessoas sempre da mesma maneira, se é um sonho é um sonho até um dia, se é um pesadelo é um pesadelo até um dia, resumindo temos uma só visão.
A primeira vez, que ousei ver de outro modo foi estranho confesso, a pessoa do outro lado olhou-me também de modo diferente e perguntou-me se estava bem mas ficamos bons amigos, ainda hoje nos rimos desse dia, tive o prazer de trabalhar com ela, tive o prazer de acompanhar o nascimento dos filhos dela, ainda hoje grita e eu também e somos amigos e mais havia para disser.
Daí o "no cimo do mastro", uma maneira de ver o mundo e que deve ser uma das melhores maneiras. A sensação de ver o mundo deve ser única e nunca nos devemos render só a uma, é um erro.
Não falo no mar, no vento porque havia tanto a disser, deixo só um poema acerca do mar que gosto.
Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.
E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.
Sophia de Mello Breyner Andresen
PS: As minhas desculpas pelo extenso comentário mas ainda havia mais para disser e é sempre um prazer poder expressar a minha opinião aqui.
Os meus parabéns aos textos, às imagens, aos temas, ao teu blog e a ti.
beijinhos