sexta-feira, 4 de maio de 2012

O Regresso

Vieste novamente ao meu encontro
com a mágoa que sempre trazes
com um amor (im)possível
que queres não esquecer
mas que te consome
que te mata...




E eu?
O que sou eu para ti?
Sou o teu porto de abrigo, 
sou eu que dou colo
sou eu que oiço as tuas palavras,
palavras que me ferem
palavras que são espadas...

E eu???


 

13 comentários:

  1. Um texto... honesto. Gostei muito.


    Skin 'n Under

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  2. Anaïs,

    Estás a tornar-te uma personagem
    interessante e enigmática...
    Doce, sem dúvida, vou continuar a minha descoberta...

    Beijo Pegado
    João

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  3. Se és apenas um porto de abrigo, manda-o passear. Não há amor nenhum que mereça isso.

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    Respostas
    1. Gata, tens razão, mas por vezes é tão difícil...

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    2. Eu sei....e olha quem é que te diz isto! Aquela que se apaixona tão facilmente...

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  4. Porto de abrigo é aquele que nos abraça...a nós!!!

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  5. Podes ser uma ilusão... que não pode ser realidade...gosto deste sitio é forte!

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  6. Um texto muito bonito apesar de uma profunda tristeza e mágoa adjacente. O amor não mata o que pode "matar" é a falta dele. Nas relações tem de existir o dar e receber, nos dois sentidos e nunca só num, desculpa dizer-te isto. Em relação ao porto de abrigo deixo um poema de Fernando Pessoa do qual gosto muito e completa o que queria disser mais.

    "Atravessa esta paisagem o meu sonho dum porto infinito
    E a cor das flores é transparente de as velas de grandes navios
    Que largam do cais arrastando nas águas por sombra
    Os vultos ao sol daquelas árvores antigas…
    O porto que sonho é sombrio e pálido
    E esta paisagem é cheia de sol deste lado…
    Mas no meu espírito o sol deste dia é porto sombrio
    E os navios que saem do porto são estas árvores ao sol…
    Liberto em duplo, abandonei-me da paisagem abaixo…
    O vulto do cais é a estrada nítida e calma
    Que se levanta e se ergue como um muro,
    E os navios passam por dentro dos troncos das árvores
    Com uma horizontalidade vertical,
    E deixam cair amarras na água pelas folhas uma a uma dentro…
    Não sei quem me sonho…
    Súbito toda a água do mar do porto é transparente
    E vejo no fundo, como uma estampa enorme que lá estivesse
    desdobrada,
    Esta paisagem toda, renque de árvore, estrada a arder em aquele porto,
    E a sombra duma nau mais antiga que o porto que passa
    Entre o meu sonho do porto e o meu ver esta paisagem
    E chega ao pé de mim, e entra por mim dentro,
    E passa para o outro lado da minha alma…"

    Fernando Pessoa

    beijinhos

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