O ser submissa

A minha curiosidade em ser submissa começou antes da moda que agora existe por aí por causa da trilogia das Cinquenta Sombras. Nunca fui de modas e muito menos agora. A minha curiosidade tinha haver com a minha visão de ver e sentir a minha sexualidade. De procurar algo diferente dos orgasmos em conjunto.

O pior que me podia acontecer era dizerem-me, vamos ter um orgasmo juntos, achava um perfeito disparate, até porque uma mulher estar a aguentar o seu orgasmo há espera do orgasmo do homem é de uma violência do mais horrível que se pode ter. Acho que isso é de quem "faz amor" e de quem não faz sexo, sejamos realistas, todos sabemos o tempo desfasado entre um orgasmo feminino e um orgasmo masculino. Esperar pelos orgasmos, parece que estamos à espera do autocarro para irmos trabalhar. Esta é a minha pessoal opinião de um sexo enfadonho e de espera, o que me irritava logo e me fazia perder a tesão.

 Sempre achei que tinha alma de submissa, mesmo desconhecendo o que isso significava, mesmo desconhecendo o BDSM.

Ao escrever este post, vou despir-me de todos os preconceitos que por aí existem e vou correr o risco de alguém meu conhecido o ler. E é óbvio que muitos me vão chamar de louca por ter escolhido ser submissa do meu Master, muitos já me chamaram e eu continuei a viver.

Chegou a hora de me despir de vez acerca deste assunto.

O ser submissa, nada tem haver com o meu papel de mulher na sociedade. O ser submissa tem haver com a minha maneira de viver a minha sexualidade e a minha vida diária juntamente (não implica fisicamente) com o meu Master.

Tenho prazer ao acordar, enviar uma mensagem ao meu Master a desejar-lhe os bons dias. É a primeira coisa que faço quando acordo.

Para mim, o ser submissa não é estar ajoelhada a seus pés fisicamente, é estar ajoelhada a seus pés em todas as alturas do dia, todas as horas, minutos, segundos. Para mim estar ajoelhada à sua frente, pode ser fisicamente, mas principalmente mentalmente.

Tenho orgulho em ser Sua submissa, é um excelente Master, preocupa-se comigo, mais até que os amigos.

Antes de conhecer o meu adorado Master, tive uma experiência fetichista com um pretenso "dom" (em minúsculas de propósito) que não foi das melhores. Mesmo quando falávamos virtualmente era agressivo, rude, inconveniente, tudo o que um verdadeiro Dom não é. Felizmente isso passou à história e foi quando conheci o meu Master. Na altura só amigo, mas que me ia ensinado algumas coisas, até que um dia me começou a treinar, não para ser Sua submissa, mas sim quando estivesse preparada arranjar um Senhor. Felizmente passei a ser Sua submissa em treino, logo era, Sua submissa.

Claro que erro muitas vezes, correndo o risco de ter um castigo (não daqueles em que alguém me fez o favor de me enviar um filme para eu "ver" o que era o BDSM) de vez em quando, mas que sinceramente espero não ter, porque se tal acontecer foi porque desobedeci e me portei mal.

O BDSM não é nenhum bicho papão, o BDSM é um modo de vida e quem não entende isso, não vai entender este post.

Não vejam o BDSM, como um desvio sexual (também já me disseram), vejam antes como um modo de vida alternativo, ninguém é doente no BDSM, tudo é feito com consentimento, já no sexo dito "normal ou saudável" nem tudo é feito com consentimento ou com respeito.

Antes de criticarem, rirem ou gozarem, leiam algumas coisas que se encontram pela net e não a trilogia das Cinquenta Sombras, que nada diz sobre o BDSM,  porque não vão encontrar nenhum Mr. Grey milionário à vossa espera.

Continuo a ser mulher que sempre fui, mais forte, mais confiante. Não sou humilhada, nem magoada, sou antes acarinhada, protegida pelo meu Master.

Na realidade, tenho orgulho em ser submissa do meu adorado Master. Um orgulho daqueles que nos enche o peito.

É para o meu adorado Master que este post é dirigido como prova da minha gratidão de eu ser Sua Submissa.