Um dia de praia

Hoje como de costume fui para a praia, um costume que só posso ter nas férias ou aos fins de semana.

Fui para a habitual praia, estava pouco vento, uma temperatura boa, o mar com algumas ondas, nada de especial.

A água estava uma delicia (para mim está sempre), hoje foi o dia em que estive mais tempo na água. Depois de um desses banhos quando voltei para o meu lugar reparei que uma família tinha ficado quase em cima de mim. Peguei nas minhas coisas que afastei-me um pouco, para as crianças brincarem e para  eu não apanhar com areia (coisa que os miúdos fazem sem querer). Só depois reparei que era uma família muçulmana, o que me chamou a atenção foi a mulher ficar vestida e com o lenço, debaixo do chapéu de sol. Continuei na minha "vida" sem dar importância à família.

Passado um bocado, as crianças foram para a água, tendo a mãe ficado no chapéu de sol. Mas depois vejo a senhora a ir para a água, pensei que ia só molhar os pés, mas enganei-me. A senhora entrou na água, toda vestida e esteve por lá imenso tempo. As pessoas que estavam na praia ao inicio olharam com ar de admiradas, assim como eu olhei, mas depois já olhávamos com outros olhos, com um pouco de ternura e com um sorriso. Olhávamos para uma mulher que se estava a divertir na praia, uma mulher igual a mim e a tantas outras que estavam na praia, a única diferença era mesmo o vestuário. Fiquei a admirá-la algum tempo, ouvia as suas gargalhadas, sentia que ela estava feliz.

Já tinha visto mulheres muçulmanas na praia só que tinha sido na televisão, nunca tinha visto ao vivo. Fiquei a pensar que apesar das culturas diferentes somos todos iguais e divertimo-nos de igual modo. Não me pareceu que fosse infeliz por ter véu e não ter vestido um fato de banho, antes pelo contrário, sentia-se bem como estava, estava apreciar um simples banho de mar.

Hoje vi que o respeito é mútuo, nós mulheres "ocidentais" respeitamos uma mulher muçulmana e uma muçulmana respeitou as mulheres "ocidentais". Seria bom que fosse sempre assim, os muçulmanos são pessoas como nós e se todos nos respeitássemos não haveria guerras idiotas no médio oriente.