terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Noite #4#

As mãos tinham um dono real. Tudo o que ela sentia tornou a sentir, só que desta vez não era um sonho, era sim, uma realidade.
As suas mãos são macias e conhecem cada recanto do seu corpo. São noites de descoberta e todas as noites existem novas sensações. Ela gosta de as sentir na sua pele, mesmo frias pelo frio do inverno. Elas aquecem no seu corpo ao percorre-lo.
As suas mãos são acompanhadas pela sua boca. Cada pedaço do seu corpo é beijado, é saboreado. Cada vez que é tocada, beijada, ela solta suspiros tão doces como os suspiros que costuma ver na sua pastelaria favorita.
Os seus corpos juntam-se numa dança igual à de tantos amantes, aquela dança sem música, mas ritmada. Os seus sons são as suas notas. E todas as noites dançam apaixonadamente a música composta pelas suas notas. Todas as noites se amam como se não houvesse amanhã. Cada noite é única, cada noite é melhor que a anterior.
 Exaustos tentam descansar, a sua mão descansa na sua barriga, fazendo carinhos para ela adormecer de tão exausta que está. Todas as noites acabavam assim, mesmo quando ela acordava a meio da noite e pedia-lhe para a abraçar, mesmo a dormir queria senti-lo, queria sentir a força do seu abraço, o quente da sua mão.
Afinal as mãos com que sonhara nas noites quentes existiam e aqueciam as suas noites frias, desejando que nunca se separassem, agora que as encontrara.

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